domingo, 11 de outubro de 2015

William Shakespeare


Certamente já ouviste falar do clássico da literatura Romeu e Julieta ou de Hamlet, obras do tido como mais influente dramaturgo do mundo, William Shakespeare. Ele foi respeitado em sua época, mas sua reputação só viria a atingir o nível em que se encontra hoje no século XIX. Os românticos, especialmente, aclamaram a genialidade de Shakespeare, e os vitorianos idolatraram-no como um herói, com uma reverência que George Bernard Shaw chamava de "bardolatria". No século XX sua obra foi adotada e redescoberta repetidamente por novos movimentos, tanto na academia e quanto na performance. Suas peças permanecem extremamente populares hoje em dia e são estudadas, encenadas e reinterpretadas constantemente, em diversos contextos culturais e políticos, por todo o mundo.

Abaixo alguns de seus poemas e sonetos aclamados


Soneto XVIII

A um dia de verão como hei de comparar-te?
Vencendo-o em equilíbrio, és sempre mais amável:
Em maio o vendaval ternos botões disparte,
E o estio se consome em prazo não durável;

Às vezes, muito quente, o olho do céu fulgura,
Outras vezes se ofusca a sua tez dourada;
Decai da formosura, é certo, a formosura,
Pelo tempo ou o acaso enfim desadornada:

Mas teu verão é eterno, e não desmaiará,
Nem hás de a possessão perder de tuas galas;
Vagando em sua sombra o Fim não te verá,
Pois neste verso eterno ao tempo tu te igualas:

Enquanto o homem respire, e os olhos possam ver,
Meu canto existirá, e nele hás de viver.

(Sonetos, Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos, Hedra)


Soneto XXIII

Como o ator imperfeito em cena perde a ação,
E olvida o seu papel, roído de temor;
Como o excesso de força abate o coração
De um homem que, violento, estue de furor;

Assim eu, inseguro, esqueço de dizer
A cerimônia exata em ritual de amor,
E se em força de amor pareço decrescer
É que ele pesa em mim com todo o seu vigor.

Deixa que sejam pois meus livros a eloquência
—Intérpretes sem voz—de um coração que fala;
Mais do que alguém que mais tem dito com mais fluência,

Advoguem-me a paixão e esperem premiá-la.
Oh! aprende a ler o que escreveu silente ardor:
Ouvir com os olhos é finura entre as do amor.


(Sonetos, Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos, Hedra)


Soneto XXVI

Senhor de meu apreço, a cuja vassalagem
Teu mérito ligou a minha reverência,
És para quem escrevo e mando esta mensagem,
Em mostra de respeito, e não de competência:

—Respeito imenso, tal que a competência escassa
À míngua de expressões não saberá adornar,
Mas espero que tua alma, em sua boa graça,
Acolhimento a um pobre nu consiga dar.

Quando essa estrela que me guia na jornada
Raie por sobre mim com aspecto favorável,
E pondo traje em minha estima esfarrapada

Eu não desdoure a tua estima tão amável:
Do apreço que te sagro então hei de gloriar-me;
Por ora, escondo a fronte, ou poderás provar-me.


(Sonetos, Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos, Hedra)


Soneto CXXVII

Não era a cor morena outrora achada bela,
Ou então de beleza o nome não possuía;
Mas da beleza a justa herdeira agora é ela,
Pois degrada a beleza infame bastardia.

Porque se a mão usurpa os dons da natureza
E alinda o feio ao dar-lhe aspecto enganador,
Perdeu-se o nome e o templo amável da beleza,
Que vive profanada ou mesmo em desfavor.

Mas cabeleira cor de corvo tem a amada
E olhos que estão de luto e como que a chorar
As falsas belas que de belas não têm nada,

Pois suprem a criação com mentiroso ar;
E eles, chorando, tanto enfeitam sua agrura,
Que deveria ser assim a formosura.


(Sonetos, Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos, Hedra)


Trecho de Vênus e Adônis

Como o sol, faces púrpuras, desponta
Com o adeus final da aurora se carpindo,
À caça, Adônis, rosto em cor, se apronta.
Se ama caçar, caçoa do amor, se rindo.
Doente de amar, Vênus se lança atrás,
Corteja-o feito um pretendente audaz.

“Três vezes mais formoso que eu”, diz ela,
“Frescor sem par, do prado a flor preciosa,
Mais dócil que homens, nódoa à ninfa bela,
Mais branco e róseo do que pomba e rosa:
A Natureza, com ela mesma em guerra,
Proclama que, ao morreres, morre a terra.

Te digna apeares do corcel, portento,
E prende a arção a fronte altiva; aliás,
Pelo favor a mim, em pagamento,
Mil segredos de mel conhecerás;
Vem, senta, onde não silva a serpe, e assim,
Sentado, em beijos te sufoco, enfim.

“O lábio não sacies no que é sobejo –
Na sua abundância atiça-lhe o apetite,
Faz que varie, rubro e sem cor: dez beijos,
Curtos como um, um longo como vinte.
Um dia de estio parecerá breve hora
Haurida num prazer que ao tempo ignora.”

(Vênus e Adônis, tradução de Alípio Correia de Franca Neto, Leya)

Introdução retirada de: Wikipédia, a enciclopédia livre (https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Shakespeare)


Autoria: Alicia Vanity 

2 comentários:

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    1. Fique atento a página do facebook e no blog, que faremos mais especiais, agora com curiosidades do Shakespeare.

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